Análise retrospectiva do protocolo de tra- tamento utilizado na Consulta Multidisci- plinar de Úlcera de Perna do Hospital dos Capuchos no período entre 2002 e 1o semestre 2006

  • Joana Dias Coelho Serviço de Dermatologia, Hospital dos Capuchos, Lisboa, Portugal
  • Alberto Clerigué Serviço de Cirurgia 6, Hospital dos Capuchos, Lisboa, Portugal
  • José Neves Serviço de Cirurgia 6, Hospital dos Capuchos, Lisboa, Portugal
  • C. Pereira Alves Serviço de Cirurgia 6, Hospital dos Capuchos, Lisboa; Director do Serviço de Cirurgia 6, Hospital dos Capuchos, Lisboa; Professor de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da UNL

Resumo

As úlceras de perna constituem uma importante patologia causando uma diminuição da qualidade de vida, hospitalizações frequentes e aumento da mortalidade e morbilidade. Têm uma incidência de 1% na população adulta, sendo que esta incidência atinge níveis de 10% nos escalões etários superiores a 70 anos.
Cerca de 95% das úlceras são venosas, arteriais, mistas ou diabéticas, sendo as mais frequentes as úlceras venosas (70 a 80%).

Com o objectivo de optimizar o tratamento e acompanhamento dos doentes com esta patologia, foi criada em 2002 uma Consulta de Referência Multidisciplinar de Úlcera de Perna, no Hospital dos Capuchos. Simultaneamente foi estabelecido um protocolo de referenciação/ tratamento com os Centros de Saúde da Unidade B da Sub-região de Saúde de Lisboa. Neste protocolo o doente é observado no contexto de uma equipa multidisciplinar.

Os autores fizeram um estudo retrospectivo dos doentes observados nesta consulta no período entre 2002 e 1o semestre de 2006. Foram observados e acompanhados 294 novos doentes, tendo 80% idade superior a 60 anos. Em relação à etiologia das úlceras, 51,3% (n=151) eram venosas, 35,4% (n=104) eram diabéticas e 6,8% (n=20) eram arteriais. A área média das úlceras foi 23,9cm2 e o número médio de úlceras foi 1,6. A duração das úlceras tinha em 42,3% dos casos um período superior a 6 meses. Das 199 culturas positivas, 40,2% apresentavam Staphylococcus aureus, sendo 21,2% destes MRSA.

Com o protocolo instituído, foi obtida uma taxa de cicatrização de 72,2%. 45,9% dos doentes tiveram uma cicatrização total da úlcera em menos de 2 meses, resultados estes que são muito positivos face às taxas de cicatrização de 6 meses referidas na literatura.

Palavras-chave: Úlcera de perna; úlcera venosa; úlcera diabética; iodopovidona; compressão elástica; cicatrização 

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Publicado
2008-06-28
Como Citar
COELHO, Joana Dias et al. Análise retrospectiva do protocolo de tra- tamento utilizado na Consulta Multidisci- plinar de Úlcera de Perna do Hospital dos Capuchos no período entre 2002 e 1o semestre 2006. Revista Portuguesa de Cirurgia, [S.l.], n. 5, p. 19-24, june 2008. ISSN 2183-1165. Disponível em: <https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/255>. Acesso em: 01 june 2023.
Secção
Artigos Originais