Factores preditivos de mortalidade operatória após ressecção hepática por hepatocarcinoma - Estudo retrospectivo de 69 casos

  • B. Pinto Costa Assistente Hospitalar do Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra – E.P.E.; Assistente Convidada da Clínica Universitária de Cirurgia III da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Portugal
  • F. Castro Sousa Professor Catedrático de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Director da Clínica Universitária de Cirurgia III; Director do Departamento de Cirurgia e do Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra – E.P.E. Portugal
  • M. Serôdio Interno de Cirurgia Geral do Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra – E.P.E. Portugal
  • C. Carvalho Interno de Cirurgia Geral do Serviço de Cirurgia III dos Hospitais da Universidade de Coimbra – E.P.E. Portugal

Resumo

Nos últimos anos, tem-se verificado uma considerável redução da mortalidade associada às ressecções hepáticas. Com o objectivo de determinar os eventuais factores preditivos de mortalidade após ressecção hepática por hepatocarcinoma, realizou-se um estudo retrospectivo de 69 casos operados entre 1990 e 2008. A idade média foi de 61,8 anos e 93% pertenciam ao sexo masculino; 73% associavam doença hepática crónica. O Índice de Charlson e o M.E.L.D. médios foram de 4,5 e de 9,7, respectivamente. Cinquenta por cento dos casos encontravam-se no estádio I da classificação T.N.M., 27% no II e 23% no III. Realizaram-se 33 ressecções major (48%) e nove iterativas (13%). A mortalidade e a morbilidade operatórias foram de 7,2% e 47,8%, respectivamente. Na análise univariada, a mortalidade relacionou-se com a idade (72,6±6,9 vs 60,9±10,9; p=0,022), o Índice de Béclére e as classificações T.N.M. e Okuda. As restantes variáveis estudadas não se revelaram estatisticamente significativas, incluindo o Índice de Charlson, o M.E.L.D., a fibrose hepá- tica e a esteatose, o tipo de intervenção (major ou minor, iterativa ou primária), as transfusões e a clampagem pedicular, entre outros. A idade superior ou igual a 70 anos (27,5%) associou-se a maior mortalidade (21,1 vs 2%; p=0,006; odds ratio=10,5; acuidade=77%) e revelou-se o único factor prognóstico independente na análise multivariada. A probabilidade de morte aumentou de acordo com a idade entre 0,05% (≤ 50 anos), 2,9% (51-69 anos) e 20,2% (≥ 70 anos). Esta série sugere que a idade constitui um factor relevante na avaliação pré-operatória dos candidatos a ressecção hepática por hepatocarcinoma.

Palavras-chave: Mortalidade operatória, ressecção hepática, hepatocarcinoma 

Downloads

Dados de Download não estão ainda disponíveis.
Publicado
2009-12-27
Como Citar
COSTA, B. Pinto et al. Factores preditivos de mortalidade operatória após ressecção hepática por hepatocarcinoma - Estudo retrospectivo de 69 casos. Revista Portuguesa de Cirurgia, [S.l.], n. 11, p. 33-44, dec. 2009. ISSN 2183-1165. Disponível em: <https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/182>. Acesso em: 01 june 2023.
Secção
Artigos Originais