Transplantação hepática por hepatocarcinoma - Experiência nacional

  • Hugo Pinto Marques Centro Hepato-Bilio-Pancreático e de Transplantação do Hospital de Curry Cabral – Lisboa
  • Vítor Ribeiro Departamentos de Cirurgia e Transplantação do Hospital Geral de Sto. António – Porto
  • Fernando José Oliveira Centro de Responsabilidade de Transplantação Hepática dos Hospitais da Universidade de Coimbra
  • J. Costa Maia Hospital de S. João – Porto
  • Eduardo Barroso Centro Hepato-Bilio-Pancreático e de Transplantação do Hospital de Curry Cabral – Lisboa

Resumo

Introdução: Os resultados da transplantação hepática por hepatocarcinoma são comparáveis aos resultados do transplante por outras indicações. Apesar de ser uma indicação já frequente nos vários Centros de Transplantação Portugueses, nenhum estudo reuniu e avaliou até agora os resultados globais desta terapêutica no nosso País.

Objectivos: Avaliar os resultados globais da transplantação hepática por hepatocarcinoma em Portugal.

Doentes e Métodos: Entre 1993 e 2006 foram transplantados por carcinoma hepatocelular 137 doentes, dos quais 122 homens e 15 mulheres. As etiologias mais frequentes foram a cirrose alcoólica, por VHC e por VHB. Quarenta e sete doentes foram submetidos a vários tipos de terapêutica pré-operatória, sendo a mais frequente a quimioembolização. O tamanho médio do maior nódulo foi de 4,3 cm e 16 doentes tinham mais de 3 nódulos. Os critérios de Milão foram cum- pridos em 80 doentes e os da Universidade da Califórnia-São Francisco (UCSF) foram cumpridos em 95. A análise estatística foi realizada com os testes de Kaplan-Meier e Log Rank.

Resultados: A mortalidade peri-operatória, considerada até aos 3 meses, foi de 13,1% (18 doentes). Vinte e sete doentes (19,7%) recidivaram sendo os locais mais frequentes de recidiva o pulmão e o fígado. A sobrevivência foi de 56% aos 5 anos e 32% aos 10 anos. A sobrevivência nos doentes que foram transplantados respeitando os critérios de Milão foi de 73% aos 5 anos. Respeitando os critérios da UCSF a sobrevivência foi de 72% aos 5 anos. Os factores que mais influenciaram a sobrevivência foram o tamanho dos nódulos, o seu número e a invasão vascular.

Conclusão: Em Portugal o transplante por carcinoma hepatocelular respeitando os critérios universalmente aceites tem resultados sobreponíveis às grandes séries internacionais. A expansão destes critérios obteve nos nossos Centros resultados satisfatórios. 

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Publicado
2007-06-29
Como Citar
MARQUES, Hugo Pinto et al. Transplantação hepática por hepatocarcinoma - Experiência nacional. Revista Portuguesa de Cirurgia, [S.l.], n. 1, p. 15-24, june 2007. ISSN 2183-1165. Disponível em: <https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/291>. Acesso em: 03 july 2024.
Secção
Artigos Originais