Citorredução seguida de quimioperfusão intraperitoneal hipertérmica no tratamento da doença peritoneal maligna: Estudo de fase II com reduzida toxidade e morbilidade
Abstract
Introdução: A cirurgia de citorredução seguida de quimioperfusão intraperitoneal hipertérmica (HIPEC) é uma terapêutica multimodal de doentes seleccionados com doença peritoneal maligna primária ou secundária. Ainda que promissora, esta técnica tem sido associada a taxas de morbilidade significativas, internamentos prolongados e a um risco moderado de mortalidade pós-operatória. Efectuamos um estudo prospectivo de fase II para avaliar a toxicidade e morbilidade da cirurgia de citorredução seguida de HIPEC.
Métodos: Entre 2001 e 2006, 25 doentes com doença peritoneal maligna primária ou secundária, foram submetidos a citorredução seguida de HIPEC. A citorredução com ressecção do peritoneu visceral e parietal envolvido por doença, teve como objectivo eliminar toda a doença macroscópica. Depois da citorredução procedeu-se à quimioperfusão intraperitoneal hipertérmica durante 90 minutos, a uma temperatura de 42oC, com Mitomicina C (15 mg/m2/2L) para tumores primários de origem digestiva ou Cisplatina (50mg/m2/2L) para tumores primários do ovário e do peritoneu.
Resultados: Uma citorredução completa foi obtida em 88% dos doentes. A duração da intervenção variou entre 5 e 9.30 horas. Registaram-se 3 casos com complicações pós-operatórias major (12%), não se tendo registado mortalidade pós-operatória ou toxicidade relacionada com a quimioterapia. A mediana do tempo de internamento foi de 11 dias. A taxa de sobrevivência global foi de 88% e 76% aos 1 e 2 anos, respectivamente.
Conclusões: A citorredução seguida de HIPEC pode proporcionar taxas de sobrevivência inesperadas, com baixas taxas de morbilidade e mortalidade. A selecção de doentes criteriosa e uma equipa treinada no suporte peroperatório podem contribuir para reduzir a morbilidade potencial desta terapêutica.
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