CATÉTERES VENOSOS CENTRAIS TOTALMENTE IMPLANTÁVEIS EM ONCOLOGIA: ANÁLISE RETROSPECTIVA DE 652 DOENTES
Resumo
Introdução: A presença de um acesso venoso adequado é essencial para o tratamento de doentes com cancro. A inserção de catéteres venosos centrais totalmente implantáveis (CVCTI) permite uma administração segura de quimioterapia, não sendo no entanto, isenta de complicações. O nosso objetivo é analisar a experiência do nosso centro no que respeita a utilização de CVCTI.
Materiais e Métodos: Revisão dos registos médicos eletrónicos de todos os doentes com cancro que colocaram um CVCTI no Hospital da Luz, no período entre 1 de Janeiro de 2008 a 31 de Dezembro de 2014.
Resultados: Analisaram-se retrospetivamente dados de 652 doentes com cancro. A incidência global de complicações foi 14.1% (91), sendo apenas 0.9% (6) complicações precoces (antes da primeira utilização do CVCTI). As complicações trombóticas (30, 4.5%) e infecciosas (cutâneas e associadas ao CVCTI, 24, 3.5%) foram as mais frequentes, seguindo-se a exteriorização (13, 1.9%) e disfunção do catéter (11, 1.6%). Removeram-se 155 CVCTI, a maioria (95, 61.3%) após o fim do tratamento, e os restantes devido a complicações (60; 38.7%).
Discussão: A taxa global de complicações foi de encontro ao esperado, havendo no entanto um baixo número de complicações precoces e nenhuma complicação potencialmente fatal associada ao procedimento foi identificada. Ao contrário do expectável as complicações trombóticas foram as mais frequentes, seguindo-se as infecciosas.
Conclusões: A inserção de CVCTI em doentes com cancro é um procedimento seguro, com uma taxa baixa de complicações sem nenhum evento fatal identificado neste estudo.
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Referências
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