Apendicite Aguda – Clínica Versus Histologia

  • J. Henriques Serviço de Cirurgia Pediátrica Hospital de Dona Estefânia, Portugal
  • C. Reimão Serviço de Anatomia Patológica Hospital São José, Portugal
  • S. Pereira Serviço de Cirurgia Pediátrica Hospital de Dona Estefânia, Portugal
  • B. Figueiredo Serviço de Cirurgia Pediátrica Hospital de Dona Estefânia, Portugal
  • V. P. Vital Serviço de Cirurgia Pediátrica Hospital de Dona Estefânia, Portugal
  • P. Casella Serviço de Cirurgia Pediátrica Hospital de Dona Estefânia, Portugal

Abstract

Introdução: A apendicite aguda continua a ser um dos principais diagnósticos nos Serviços de Cirurgia Pediátrica. A taxa de apendicectomia negativa (apendicectomia sem evidência histológica de patologia), frequentemente utilizada como índice de qualidade hospitalar, permanece alta, apesar dos esforços para a reduzir, especialmente em crianças com menos de 6 anos.

Objectivos: Os objectivos primários foram: o cálculo da taxa de apendicectomia negativa, da concordância entre diagnóstico clínico (pós-operatório) e diagnóstico histológico e a caracterização da discordância diagnóstica por tipo de apendicite (fleimonosa, gangrenada, perfurada). A caracterização dos grupos apendicectomia negativa (A) e apendicites perfuradas (B), bem como a relação entre estes dois grupos ao longo dos anos, constituíram objectivos secundários.

Material e Método: Estudo retrospectivo dos dados clínicos de 1000 doentes consecutivamente operados com o diagnóstico clínico de apendicite aguda, no Hospital de Dona Estefânia, no período de 1 de Janeiro 2003 – 30 de Setembro 2007, procedendo-se à consulta da folha de requisição de exame histo-patológico enviada para o Serviço de Anatomia Patológica. Foram revistos os dados epidemiológicos, a qualidade da informação da referida folha de requisição e calculada a taxa de apendicectomia negativa nesta amostra.

Resultados: O diagnóstico clínico pós-operatório foi concordante com o diagnóstico histológico em cerca de 60% casos, sendo subvalorizado ou sobrevalorizado nos restantes casos. A taxa de apendicectomia negativa observada foi de 5,5%, o que está abaixo dos valores apresentados na literatura.

Conclusões: As apendicectomias negativas devem ser um “mal menor” em relação às apendicites perfuradas. A discordância clínico- histológica pode ter implicações médico-legais e tem seguramente implicações clínicas e económicas pelo que urge reavaliar o modelo de abordagem desta patologia tão frequente. 

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Published
2009-12-27
How to Cite
HENRIQUES, J. et al. Apendicite Aguda – Clínica Versus Histologia. Revista Portuguesa de Cirurgia, [S.l.], n. 11, p. 23-32, dec. 2009. ISSN 2183-1165. Available at: <https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/189>. Date accessed: 12 oct. 2024.
Section
Original Papers