Apendicectomia laparoscópica: que vantagens?
Abstract
A abordagem minimamente invasiva tem sido amplamente instituída na patologia digestiva. Apesar da 1a apendicectomia laparoscópica ter sido realizada em 1983, mantém-se a controvérsia sobre as vantagens desta via de abordagem.
Objectivo: Comparação de resultados do tratamento da apendicite aguda nas abordagens laparoscópica versus laparotómica, com ênfase no tempo de internamento e complicações pós-operatórias.
Material e Métodos: Efectuou-se um estudo retrospectivo dos doentes submetidos a apendicectomia por apendicite aguda entre Janeiro/2006 e Dezembro/2008 no HGSA.
Resultados: Um total de 455 doentes foi submetido a apendicectomia por apendicite aguda neste período. Abordagem foi laparoscópica em 32,5% dos casos, com uma taxa de conversão de 5,7%.
A apendicectomia laparoscópica foi preferencialmente efectuada no sexo feminino (40,4% vs 24,7% no sexo masculino, p <0,0001) e na apendicite aguda não complicada (73,6%). Comparativamente à abordagem por laparotomia mostrou tempo de internamento inferior em 1,3 dias (p=0,001) e taxa de complicações pós-operatórias semelhante (12,5% versus 16,2%, p=0,421).
Na análise multivariada constatou-se que as complicações pós-operatórias foram dependentes do tipo de apendicite aguda, complicada ou não complicada (26,6% versus 8,2%, p<0,0001); o tempo de internamento teve relação com o tipo de apendicite aguda e não com a via de abordagem, com uma média de 4,5 dias na apendicite aguda não complicada e de 7,4 dias na complicada (p<0,001).
Conclusões: Na apendicectomia por apendicite aguda, o tempo de internamento e as complicações pós-operatórias dependeram, na nossa série , do tipo de apendicite (complicada ou não) e não da via de abordagem.
Palavras-chave: apendicite aguda e apendicectomia laparoscópica.
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