Hérnias da Parede Abdominal. Organizar para Melhorar

  • António José Neto Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral do Hospital de Santo António (HSA), Portugal
  • Carlos Magalhães Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral do Hospital de Santo António (HSA), Portugal
  • Susana Domingues Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral do Hospital de Santo António (HSA), Portugal
  • Manuel Jorge Seca Chefe de Serviço de Cirurgia Geral e Director do Departamento de Ambulatório do HSA, Portugal

Resumo

O Serviço de Cirurgia de Ambulatório do Hospital de Santo António, por delegação do Capítulo da Parede Abdominal da Sociedade Portuguesa de Cirurgia, elaborou um Inquérito Nacional Hospitalar, para tentar apreciar o “estado da arte” no que diz respeito ao tratamento cirúrgico das hérnias da parede abdominal em Portugal. Foram convidados a participar todos os Hospitais Públicos Portugueses, tendo sido possível recolher dados de apenas dez destas Instituições de Saúde, perfazendo 12961 intervenções cirúrgicas no período compreendido entre os anos de 2001 e 2005.

As questões colocadas incidiram sobre o tipo de hérnia (inguinal, femoral, umbilical, epigástrica e incisional), a classificação da cirurgia como primária ou re-intervenção, a técnica utilizada, a via de abordagem, a profilaxia antibiótica, a morbilidade associada e a taxa de recidiva.

Como era esperado, o registo mais comum foi a correcção de hérnias inguinais com 9320 cirurgias, seguido da correcção de hérnias umbilicais com 1542 cirurgias. As técnicas que contemplam o uso de próteses assumem um papel relevante com taxas médias de 82,5%. O hematoma post-operatório é a complicação com maior número de notificações enquanto a taxa de recidiva apresenta um valor médio percentual de 1,42%.

Este estudo, cujo resultado embora longe da abrangência nacional pretendida, demonstrou que as intervenções cirúrgicas sobre a parede abdominal são frequentes, que se observa uma crescente tendência à utilização de malhas sintéticas e cuja taxa de morbilidade não pode ser desprezada. Aflorou ainda a precariedade dos registos médicos hospitalares actuais, pelo que poderá servir de referência histórica preliminar de um futuro Registo Nacional das Hérnias, instrumento de análise da incidência desta patologia na população portuguesa, avaliação dos procedimentos em execução e a consequente aferição de qualidade.

Palavras-chave: Hérnias; Parede Abdominal. 

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Publicado
2010-12-29
Como Citar
NETO, António José et al. Hérnias da Parede Abdominal. Organizar para Melhorar. Revista Portuguesa de Cirurgia, [S.l.], n. 15, p. 15-21, dec. 2010. ISSN 2183-1165. Disponível em: <https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/116>. Acesso em: 03 july 2024.
Secção
Artigos Originais