%A Vasconcelos de Matos, Leonor %A Coelho, Andreia %A Neves, Maria Teresa %A Fernandes, Leonor %A Cunha, Renato %A Fontes-Sousa, Mário %A Malheiro, Mariana %A Graça, Joana %A Plácido, Ana %A Martins, Ana %D 2021 %T PROGNOSTIC IMPACT OF WEIGHT LOSS, INFLAMMATION BIOMARKERS AND INFLUENCE OF THE STAGE ON SURVIVAL OF PATIENTS WITH PANCREATIC ADENOCARCINOMA TREATED WITH CHEMOTHERAPY %K %X INTRODUÇÃO: O adenocarcinoma do pâncreas (AP) constitui uma das mais mortais neoplasias malignas, com < 10% dos doentes vivos ao fim de um ano. M ais de 80% dos doentes com AP desenvolvem caquexia, a co-morbilidade mais marcante deste cancro. O síndrome caquexia-anorexia representa uma entidade sistémica de perda de peso (PP) intencional, não completamente reversível por adequado suporte nutricional. A inflamação sistémica parece ser um componente-chave na sua fisiopatologia e, neste contexto, diferentes scores têm vindo a ser validados como marcadores de prognóstico. A quimioterapia (QT) é o tratamento standard do AP, com impacto na sobrevivência. A maioria dos estudos em caquexia envolvem heterogeneidade de tumores e tratamentos, com pouca evidência existente no impacto da PP no continuum da doença.   OBJETIVOS: Este estudo pretendeu estudar a associação da variação de peso (VP) na sobrevivência dos doentes com diagnóstico de AP tratados com QT, e influência do estadio de doença. Foram ainda avaliados potenciais biomarcadores inflamatórios com valor preditivo e prognóstico (modified Glasgow Prognostic Score (mGPS) e rácio neutrófilo/linfócito (RNL)).   POPULAÇÃO E MÉTODOS: Estudo de coortes retrospetivo, observacional, de 2013 a 2019, de doentes diagnosticados com AP e submetidos a QT. Parâmetros demográficos e de composição corporal foram registados ao diagnóstico e 3 meses após início de QT. Score mGPS e R NL foram colhidos longitudinalmente. Os doentes foram divididos em 2 coortes, de acordo com a VP após QT: PP (perda de peso > 5%) e PP-ausente (PP< 5%, peso estável ou ganho peso). Os endpoints principais foram PP e tempo de sobrevivência (TS), com estratificação por estadio de doença. Análise estatística com recurso a métodos descritivos, regressão logística para testar a associação entre as variáveis e outcomes e análise de sobrevivência com modelo de cox, teste log-rank e métodos Kaplan-M eier. Todas as análises foram realizadas com o software Stata 15.1.   RESULTADOS: De um total de 117 doentes, 65 reuniram os critérios de inclusão, com idade mediana de 69 anos (47-90), 48% mulheres. A maioria dos doentes (60%) apresentava doença avançada (localmente irressecável/metastizada) ao diagnóstico. Aos 3 meses após início de QT, 54% dos doentes tinha PP. Na análise multivariada de preditores de PP, doença avançada foi um preditor independente deste outcome (OR 4.66; IC 95% 1.11 to 19.6; p=0.035). Com uma mediana de tempo de seguimento desde o diagnóstico de 14.8 meses, a taxa de sobrevivência aos 12 meses foi de 64.6%. O TS dos doentes com PP-ausente foi de 33.2 versus 18.5 meses para doentes com PP (HR 2.28; IC 95% 1.15 to 4.5; p=0.019; log-rank p=0.03). Na estratificação por estadio de doença, nos doentes com doença precoce a PP diminuiu significativamente o TS (21.9 vs 67.6 meses; HR 23.68; IC 95% 2.39-234.75; p=0.007), enquanto que PP não teve influência no TS dos doentes com doença avançada. Na análise de sobrevivência, localização no corpo ou cauda do pâncreas (HR 2.34, IC 95% 1.42-3.86, p=0.001), PP (HR 1.07, IC 95% 1.01-1.12, p=0.001) e R NL elevado aos 3 meses (HR 1.09, IC 95% 1.04-1.14, p=0.001,) foram independentemente associados com menor TS.   DISCUSSÃO: Os resultados demonstram que a PP é um fator independente de pior prognóstico em doentes com AP a realizar QT, com relevância na doença em estadio precoce. Adicionalmente, o R NL surge como um biomarcador independente de prognóstico neste contexto, podendo ser um marcador surrogate do status de inflamação sistémica nestes doentes.   CONCLUSÕES: Particularmente no AP em estadio precoce, a PP, como fator modificável no decurso da doença, deverá ser alvo de intervenções dirigidas, que possam ter repercussões favoráveis no prognóstico destes doentes.   %U https://revista.spcir.com/index.php/spcir/article/view/872 %J Revista Portuguesa de Cirurgia %0 Journal Article %R 10.34635/rpc.872 %P 105-106%N 49 %@ 2183-1165 %8 2021-01-20